O túnel foi lançado em 1948, e é antes de tudo um livro sobre a solidão, sobre a dificuldade de nos conectarmos ao outro. O livro adquire um tom melancólico de monólogo na narrativa em primeira pessoa, onde o pintor Juan Pablo Castel nos fala sobre a sua obsessão por uma mulher, Maria Iribarne e de como essa obsessão o levou a matá-la.
Ao nos depararmos com o relato de Castel, vamos percebendo palavra após palavra que ele, apesar do sucesso profissional se sente um deslocado, que não se ajusta à sociedade, sente-se até mesmo superior, seu pensamento analítico ao mesmo tempo em que o faz crítico vai lentamente o levando para o limiar da loucura, e ele transita ora de um lado da linha ora de outro.
Em seus momentos de loucura o ritmo frenético com que sua mente trabalha o leva a criar hipóteses e a tomá-las como verdadeiras sem a mínima fundamentação para embasá-las. Já em seus momentos de lucidez percebe o quão bizarros são seus pensamentos e atitudes, no decorrer da narrativa os momentos de lucidez vão se tornando cada vez mais escassos, até os devaneios dominarem totalmente a mente de Castel.
Sábato nos brinda com um obra onde a solidão humana é exposta de forma visceral e pungente e traça um perfil ainda tão atual da nossa vida em sociedade, onde nos refugiamos no interior de nossos próprios túneis.
estrelinhas coloridas…
Linda resenha de um livro essencial, gostei muito! Recomendo que você leia também “Sobre Heróis e Tumbas” do mesmo autor.
Ah já coloquei ele na minha lista, tu sempre trazes para minha lista de leituras ótimas recomendações, obrigada 😀
estrelinhas coloridas…
Eu não conhecia, apesar da atual fase super light e juvenil eu curto muito este estilo até por me identificar mais com o tom melancólico e brutalmente verdadeiro.
Bjuss
heheheheh enão sei porque teu comentário foi para o spam, mas agora está ai… Acho que tu vais gostar de “O túnel” é realmente um excelente livro.
estrelinhas coloridas…
Ixi escrevi o comentário e não foi.
Dizia mais ou menos isso:
Eu não conhecia esse livro e apesar da minha fase atual super light e juvenil na verdade eu me identifico mesmo é com esse estilo melancólico e brutalmente real.
Agora foi 🙂
Bjuss