S.

Eu escolhi S. (J. J. Abrams e Doug Dorst.) como minha leitura de fevereiro do Desafio Corujesco, cujo tema era uma aventura no mar, porque uma parte deste labirinto literário se passa em um navio. Contudo S. é muito mais do que uma aventura marítima, ele é uma intricada obra de arte, cheia de mistérios e maravilhas.

Meu primeiro contato com essa obra foi logo no lançamento, bastou ler uma ou duas vezes sobre ele e já estava na minha lista de querências literárias. Apesar de logo já ter comprado o livro, acabei ficando um pouco receosa de iniciar a leitura e fui adiando, adiando… e adiando. Até que aproveitei a deixa do desafio e coloquei ele na jogada.

Para começar é necessário deixar claro que S. é uma obra bem peculiar, pois se trata de uma experiência literária e não apenas de um livro. A obra central chamada “O Navio de Teseu”, escrita por V.M. Straka é o ponto de partida desta aventura que nos conecta também com a história de Jennifer e Eric que se comunicam através de anotações nas margens do livro na tentativa de desvendarem os mistérios que cercam o autor V.M. Straka.

Eu segui um esquema de leitura para facilitar a compreensão da obra, existem várias maneiras de se lançar nesse universo, escolhi a que me pareceu mais lógica pois segue uma ordem cronológica na leitura das anotações de Eric e Jennifer.

Meu esquema de leitura

 

Na trama central de “O Navio de Teseu” conhecemos um homem sem lembranças de seu passado que é obrigado a embarcar em um navio misterioso se envolvendo em uma perigosa jornada. Este homem é chamado de S. e é a sua perspectiva que acompanhamos durante a leitura da obra principal. A leitura desta parte é labiríntica, cheia de divagações, reviravoltas e metáforas, tornando a leitura um pouco mais arrastada mas não menos interessante.

A leitura da trama dentro da trama, que envolve a história de Jennifer e Eric foi mais ágil e fluída. Os diálogos entre os dois se desenrolam nas margens do exemplar do livro que pertence à Eric e a impressão que temos é de que somos furtivos observadores da intimidade alheia. Os dois se lançam em uma investigação para tentar descobrir quem foi Straka, mas acabam descobrindo muito mais sobre si mesmos.

O projeto gráfico do livro é uma obra prima. Inclui diversos anexos que complementam a narrativa da investigação e tornam o percurso da leitura muito interessante. O capricho da edição brasileira é visível em todos os detalhes primorosos que incluem o aspecto envelhecido do livro, mapa desenhados à mão em guardanapo, cartões postais e muito mais.

Anexos

A experiência com S. foi muito peculiar e interessante, não é uma leitura que recomendo a todo leitor pois ela exige bastante e quem está iniciando no mundo da leitura pode achar cansativo, contudo para aqueles leitores, iniciantes ou não, aventureiros e destemidos é sem dúvida uma experiência que vale à pena!

Que a força da leitura esteja com você!