Extremamente Alto & Incrivelmente Perto

Nunca é possível reconhecer o último momento de felicidade que antecede uma tragédia.”

Extremamente Alto & Incrivelmente Perto (Jonathan Safran Foer) é um livro que queria ler há muito tempo, tanto que assim que a Rocco anunciou o relançamento, corri para garantir meu exemplar. A leitura dessa obra poderia ter sido uma decepção de proporções épicas já que ela veio encharcada de expectativas “extremamente altas”, mas na verdade ela conseguiu ser muito, muito mais do que eu poderia supor. Nenhuma expectativa poderia ter me preparado para esta leitura, nenhuma.

O que esperar de um livro sobre os atentados de 11 de setembro? Eu esperava encontrar muitas coisas, mas não o lirismo e delicadeza que transbordam da narrativa.

Extremamente Alto & Incrivelmente Perto (Jonathan Safran Foer) é um livro que queria ler há muito tempo, tanto que assim que a Rocco anunciou o relançamento, corri para garantir meu exemplar. A leitura dessa obra poderia ter sido uma decepção de proproções épicas já que ela veio encharcada de expectativas “extremamente altas”, mas na verdade ela conseguiu ser muito, muito mais do que eu poderia supor. Nenhuma expectativa poderia ter me preparado para esta leitura, nenhuma.

A história gira em torno do pequeno Oskar Schell, inventor, desenhista e fabricante de joias, francófilo, vegan, origamista, pacifista, percurssionista, astrônomo amador, consultor de informática, arqueólogo amador e colecionador de moedas raras, borboletas que morrem de causas naturais, cactos em miniatura,memorabiliados Beatles e pedras semipreciosas. Ele tem 9 anos e viu sua vida ser profundamente pelos atentados ao World Trade Center, seu pai foi uma das 2.996 vítimas dos ataques ocorridos em 11 de setembro de 2001.

(…) Ele tinha células, e agora elas estão nos telhados dos prédios, no rio e nos pulmões de milhões de pessoas em Nova York, que respiram ele toda vez que abrem a boca para falar!” “Você não devia falar desse jeito.” “Mas é a verdade! Por que não posso dizer a verdade?” “Você está perdendo o controle.” “O fato do pai ter morrido não te dá permissão para ser ilógica, Mãe (…)” (p. 188)

Oskar e o Pai tinham uma relação muito especial, e é a partir das memórias do menino que vamos conhecendo mais desse homem que a despeito de ter morrido é uma presença pulsante por toda a narrativa. A principal voz narrativa é de Oskar, mas entrelaçadas à ela estão as vozes da avó e do avô do menino, que trazem à luz histórias há muito enterradas, dores há muito encarcerradas nos recantos mais sombrios dos corações e assim a trama vai se tecendo de forma que descortina o quão profundo e indecifrável é o ser humano.

“Pela primeira vez na vida, me perguntei se a vida valia todo o esforço necessário para se viver. O que, exatamente, fazia a vida valer a pena? O que há de tão horrível em permanecer morto para sempre, não sentindo nada e nem mesmo sonhando?” (p.161)

Ao quebrar um vaso no closet do pai e encontrar uma chave dentro de um envelope, com a inscrição “Black” Oskar se lança em uma busca para encontrar a fechadura que é aberta pela chave, mas conforme vamos acompanhando o menino para além dos distritos de Manhattan compreendemos que o que ele busca na verdade é a compreensão da absurda relação entre o que perdemos e o que nos resta quando o chão se liquefaz sob nossos pés.

Sim, é uma história sobre perda, saudade e dor, mas a força narrativa de Foer, a faz linda e poética. Esse livro me tocou profundamente e de formas tão diferentes que foi um desafio escrever sobre ele, é impossível não se sentir tocado por esta história.

“E agora me deixe perguntar uma coisa, como acha que vai conseguir realizar tudo que mencionou? Vou enterrar meus sentimentos bem lá no fundo. Como assim, enterrar seus sentimentos? Não importa o quanto eu sentir, não vou deixar sair para fora. Se eu tiver que chorar, vou chorar por dentro. Se eu tiver que sangrar, vou fazer marcas roxas. Se meu coração começar a enlouquecer, não vou sair falandi isso para o mundo inteiro. Não ajuda em nada. Só piora a vida de todo mundo.” (p.223)

FOER, Jonathan Safran. Extremamente Alto & Incrivelmente Perto. Tradução de Daniel Galera. Rio de Janeiro: Rocco, 2006

Essa leitura faz parte do Desafio Literário 2012 cuja temática do mês de maio era a leitura de obras que tratassem de Fatos Históricos.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

 

Lumos


#lumosmaxima

1 – O que J.K. Rowling, autora de Harry Potter e a Flip tem em comum? – Descubra na entrevista com Liz Calder, mentora da Flip.

2 – Do que as crianças gostam de ler de acordo com a idade – Usando o livro  “Você sabe tudo sobre dinossauros?” o blog Livros e Afins mostra como escolher um livro de acordo com o que as crianças curtem em cada faixa etária.
3 – Após ler Kafka e Flaubert, personagem de novela vai ler Machado de Assis – Não assisto a novela, mas gostei de saber desse detalhe, e tem mais os livros lidos são pistas da trama.
4 – Os livros preferidos de Hemingway – Saiba quais são os 17 livros que o escritor gostaria de ler novamente como se fosse a primeira vez.
5 – Um estudo em Sherlock – A Lu está fazendo um especial sobre o detetive masi famoso de todos os tempo, imperdível.
#nox

Lumos

#lumosmaxima

1 –  Literatura se faz na universidade? – Ótima reflexão sobre oficinas literárias e cursos universitários para escritores, no blog da Cia das Letras.

2 –  O papel da família enquanto mediadora de leitura – Um bom guia de como incentivar os pequenos a se tornarem leitores, no blog Livros e Afins.

3 –  Livro de receitas para mulheres tristes – Uma resenha linda e repleta de reflexões, lá no blog O batom de Clarice.

4 –  Preconceito literário: aqui não! – Um texto excelente e essencial para todos, no blog No mundo editorial.

5 –  Livros para serem DEVORADOS – Um estúdio de design de Hamburgo, criou um livro de receitas que o cozinheiro pode comer inteirinho depois de preparar o prato, lá no blog da L&PM.

#nox