Dia 25 – Cite um livro que você achou que iria gostar e acabou não gostando.Fale sobre ele. (Pergunta feita no Meme de 2011. Se você participou na época, procure comparar as respostas.)
Com certeza ainda vale a mesma resposta de 2011:
O Caçador de Pipas Khaled Hosseini, aqui a clássica expectativa nas alturas foi por água a baixo. Tenho uma certa ojeriza de personagens que pensam que são o umbigo do mundo, que colocam suas vontades e desejos acima de tudo e todos, e o Amir é tudo isso superlativado, a forma como ele sempre tratou Hassan me fez odiá-lo com todas as minhas forças, lembro de ter lido uma resenha que dizia que a amizade deles transcendia as castas e confesso que fiquei um pouco pasma com essa percepção da pessoa que escreveu, mas enfim a leitura é uma experiência única. Ah, não, eu não achei que o que ele fez no final foi uma rendição, foi só para ele resolver a culpa que o consumia.
Quanta ignorância. Bem, talvez seja apenas ponto de vista.
Amyr era fruto de uma época e da cultura dessa época e se comportava dentro de uma maneira previsível.
Ele mover céus e terras para reencontrar o amigo de infância e se redimir dentro deste contexto é uma lição de vida belíssima em minha opinião.
Aprendi nas entrelinhas deste livro o que nenhum livro de História me ensinou, e que deve ter passado despercebido a você. Falo da destruição da milenar cultura persa pelos russos e sua ganância ‘imperialista’ da época.
O blog está muito chato só com esses memes e fotos de estantes.
Então estou tirando vocês da minha barra de favoritos. Uma pena.
Abraço de Luz e Paz do interior de SP.
Olá Simone Schmidt!
Acredito que seja justamente o que tu falastes em teu comentário, são pontos de vista diferentes, a leitura é sempre uma experiência única.
No entanto lendo tuas palavras, creio que poderia ter aprofundado mais a minha justificativa para não ter gostado desta leitura, visto que não falei da contextualização histórica e ela é sim, muito relevante, e de forma alguma passou despercebida, mas ela não foi determinante em meu julgamento de Amyr porque acredito que as ações dele estão além das questões histórico-culturais, e acima de tudo porque acredito na capacidade humana de transcender as amarras impostas pela sociedade.
Ele me decepcionou tanto, justamente porque deixou se levar pelo sistema, e não apenas uma vez, em várias oportunidades não fez o certo deliberadamente, agindo de má fé.
Enfim, durante a leitura, não pude deixar de divagar sobre como teria sido a vida de Hassan se as atitudes de Amyr fossem outras. Até mais…
mimuller,
Muito obrigada por responder pessoalmente e de imediato.
Ficamos assim, cada um com seus iguais.
Sucesso com o blog, quem sabe você não traz outras idéias para cá.
Ou até se esforça para aprender a usar um pouquinho mais de pontuação e parágrafos ao escrever.
Luz e paz.
Simone Schmidt,
confesso que fiquei espantada quando vi que foi você quem escreveu o comentário. Sei lá, acho que não esperava isso de alguém que passa tanta serenidade e sabedoria…
Claro que é um ponto de vista. Toda a leitura o é. Antes de tudo, a leitura e o que a gente aprende dela é algo extremamente pessoal, até porque a gente costuma carregar a nossa bagagem de vida durante a experiência. A consequência disso é uma visão única do livro que se lê. É uma atitude estranha menosprezar a opinião alheia pelo simples fato dela não ter compreendido o livro da forma que você compreendeu. As pessoas são diferentes e têm visões diferentes das coisas (ainda bem!).
E é uma pena que você não tenha gostado do Meme, ele é uma daquelas oportunidades de ver as diferentes opiniões das quais falei acima. Uma troca de experiência mesmo.
Smacks pra ti!