Tempos atrás, querida Dri Ornellas fez uma atualização no facebook com uma provocação: ela dizia que só os amigos bibliotecários identificariam a origem da legenda, bom eu não tenho formação em biblioteconomia, mas como o assunto me interessa muito, eu sabia. Não resisti e rebati a provocação dela, foi então que ela me disse que nunca tinha conhecido ninguém que não fosse da área de biblioteconomia que conhecesse as Leis de Ranganathan. Como geralmente quem curte livros também gosta de assuntos correlatos resolvi falar um pouco sobre este assunto aqui.
As Leis de Ranganathan são consideradas as cinco leis fundamentais da Biblioteconomia e foram idealizadas em 1928 pelo pensador indiano Shiyali Ramamrita Ranganathan a partir das observações nas bibliotecas que ele frequentava. Ele percebeu que os usuários das bibliotecas ficavam em segundo plano e que suas necessidades não eram atendidas pelos modelos vigentes.
As 5 leis podem ser resumidas da seguinte forma:
1. Os livros são para serem usados – o livro é um meio que impulsiona o conhecimento. Podemos concluir que a importância de uma biblioteca é crucial: “quem tem informação, tem poder”. O livro pode ser encarado como um meio e não como um fim em si mesmo.
2. Todo o livro tem o seu leitor – destaca-se a difusão da informação. Devem divulgar-se os livros existentes em cada biblioteca. Aponta-se para a importância da divulgação do livro e da sua difusão, antecipando a estética da recepção.
3. Todo o leitor tem o seu livro – a Biblioteca deve conhecer bem os seus leitores, observando-os para preparar o acervo. Aponta-se para a seleção de acordo com o perfil do utilizador.
4. Poupe o tempo do leitor– uma boa catalogação e arrumação dos documentos diminui o tempo necessário para encontrar a informação desejada. Aponta-se para o livre acesso às estantes, o serviço de referência e a simplificação dos processos técnicos.
5. Uma biblioteca é um organismo em crescimento – a Biblioteca deve controlar esse crescimento, verificando qual a informação que está a ser usada, através de estatísticas da consulta e empréstimo. Decorre da explosão bibliográfica que exige atualização das coleções e previsão do crescimento.
Para saber mais:
RANGANATHAN, S.R. As Cinco Leis da Biblioteconomia. Tradução de Tradução de Tarcisio Zandonade. Brasília: Briquet de Lemos / Livros, 2009
p.s. destaco mais uma vez que não tenho formação acadêmica na área, portanto este texto é leigo e passível de incorreções, sendo assim sinta-se à vontade para apontar eventuais erros.
Paz e bem!
Segue reflexões sobre as 5 Leis que fiz tempos atrás:
http://discutapolitica.blogspot.com.br/2008/03/como-perturbar-os-bibliotecrios.html
Olá @Eugenio Hansen, OFS, obrigada pela visita e por compartilhar tuas reflexões, gostei muito do título do teu artigo 🙂
Eu não conhecia, rs. Não sei se já contei, mas quase fui biblioteconomista. Na verdade, era minha formação “dos sonhos”, passei no vestibular na Unesp, fiz matrícula, mas depois caí doente e tive que desistir. Podia ter tentado novamente, mas estava um pouco desiludido, tinha pressa em cursar uma faculdade e passar na Unesp duas vezes não era nada fácil. Acabei fazendo Ciências Contábeis.
Gostei das leis de Ranganathan, refletindo um pouco, tanto a biblioteca municipal quanto a do colégio estadual ganhariam muito se as aplicassem. Não acho que as bibliotecárias as conheçam, na verdade elas não possuem formação ou treinamento na área, eram concursadas em outros setores e foram realocadas. Mesmo assim conseguem manter tudo funcionando, mas, acredito, a aplicação das leis pode melhorar seu funcionamento e, quem sabe, atrair novos leitores, uma espécie que entra em extinção tão logo se formam no colegial.
Adorei o post. Abraços.
Ah @Luciano A.Santos, a biblioteconomia saiu perdendo, tu serias um ótimo profissional 😀
O problema das bibliotecas escolares é mesmo muito sério, nas escolas onde trabalhei com certeza as Leis não são conhecidas, imagina colocadas em prática. Acredito que as reflexões sobre esta temática tem que ser muito mais aprofundadas para que na prática possamos ver bibliotecas escolares realmente focadas no usuário e não apenas na conservação e preservação do acervo.
estrelinhas coloridas…
Não conhecia essas leis, mas com certeza fazem todo sentido.
Interessante.
bjo