“Vovó se controlou durante sete netos… eu era o último.”
A maldição da moleira traz a história do pequeno Heitor que após um ato surpreendente de sua avó perde toda sua inocência de bebê, e de repente se vê refletindo sobre o mundo que o cerca, ele compreende tudo mas não é compreendido já que seu corpo de bebê não acompanhou o “salto” da sua mente e ele não consegue se expressar
O argumento do livro é encantador, e proporciona momento hilários, como quando Heitor discorre sobre os teletubbies:
“… Depois vem a Po (pijama vermelho), que é louca. Não quero usar o termo ‘histérica’, mas Po pula bastante, fala bastante, canta bastante, sorri bastante, corre bastante e só não tem ataque de falta de ar por causa do patrocinador. Ela deve tomar remédios fortes. Ela tem uma patinete e dirige feito uma desvairada. Se algum dia Dipsy esfregar um cheque na cara da Po, ela é bem capaz de rasgar o cheque e engolir os pedacinhos.”
Essa pequena descrição já dá o tom da narrativa, toda permeada de referências contemporâneas do universo infantil, e muito mas muito engraçada mesmo. O livro é muito instigante e para além de toda hilariedade me levou a pensar mais sobre como encaramos os bebês, irei olhar meu sobrinho que deve chegar no início de fevereiro com outros olhos, ah isso vou.
O projeto gráfico do livro é outro aspecto que me encantou, a capa já chama atenção por ser roxa e com o título em posição vertical e dentro a surpresa mais interessante é que a numeração da páginas está localizada na margem esquerda. As ilustrações de Alê Abreu enriquecem ainda mais essa obra tão peculiar.
Este livro me proporcionou uma leitura pra lá de agradável e engraçada, as 127 páginas do livro foram devoradas em uma tarde mormacenta, e a despeito do calor infernal conseguiu me fazer cocégas no cérebro de tão boa que foi.
Esta leitura é a segunda dentro da temática Infanto-juvenil que corresponde ao mês de janeiro para o Desafio Literário 2011.