Uma trama que a primeira vista parece simples, mas que no percurso vai se mostrando densa, profunda e inquietante. A narrativa é crua, sem rodeios e já nas primeiras linhas os fatos se descortinam, e a despeito da incredulidade dos pais, Duncan matou mesmo um homem.
Neste livro não encontramos grandes mistérios arquitetados pelo homem, mas nos confrontamos com os lados mais obscuros da psiquê humana, e nesse aspecto reside a grandeza dessa obra. Nadine Gordimer construiu um romance perturbador justamente porque trás à tona aquilo que preferimos deixar bem trancado nos porões obscuros de nossas mentes.
Ao acompanhar Cláudia e Harald é impossível não se angustiar, não se questionar, como eles. É uma leitura que incomoda, que mexe de múltiplas formas com o leitor. É claro que esta não é uma leitura fácil, em certos trechos chega a ser angustiante levar a leitura adiante, mas ainda assim para mim foi impossível largar o livro até ler o desfecho e mesmo após terminada a leitura esse livro ficou ecoando na minha mente por muito tempo.
GORDIMER, Nadine. A arma da casa. Tradução de Palo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Gostei da dica. Li um outro livro da autora (De volta à vida) e também tinha partes bem angustiantes. Exige trabalho, mas vale a pena, né?
bjo
Oi, Michelle, valeu mesmo a pena, essa leitura foi uma das melhores de 2012. Vou procurar esse livro que tu leu 😉
estrelinhas coloridas…