– Bem-vindos à livraria Hyunam-dong, Hwang Bo-reum

Quem me conhece sabe que adoro romances que trazem jornadas de cura, aquelas histórias em que os personagens vão se reencontrando com alguma versão mais verdadeira de si mesmos, aos poucos, com pequenas descobertas no cotidiano, por isso escolhi para iniciar as leituras de 2025, o livro “Bem-vindos à livraria Hyunam-dong”, da escritora sul-coreana Hwang Bo-reum, a leitura parecia promissora. E, de certo modo, até foi, mas foi também uma leitura com altos e baixos. Dei 3 estrelas (e só não dei menos por causa da minha amiga Rê, que sempre acredita no potencial de uma leitura, mesmo quando eu fico meio empacada no meio do caminho 😅).

A proposta do livro é gostosinha: uma mulher decide mudar de vida e abrir uma pequena livraria num bairro tranquilo de Seul. O cenário convida a desacelerar, tomar um café imaginário e se deixar envolver por essa rotina silenciosa dos livros e dos encontros com pessoas que, aos poucos, vão se tornando parte de algo maior. A narrativa é leve, e em alguns momentos até poética mas, pra mim, faltou ritmo. Achei o livro um pouco monótono em certos trechos, com algumas cenas e diálogos que pareciam se repetir mais do que avançar.

Um detalhe que me incomodou bastante foi o uso da linguagem. A ausência de pronomes em alguns trechos e a repetição de certas estruturas deixaram a leitura cansativa, como se as frases nunca saíssem de um mesmo lugar. Sei que pode ter sido uma escolha da tradução ou do estilo original da autora, mas acabou me tirando da imersão que esse tipo de história geralmente me proporciona.
Ainda assim, há reflexões bonitas e silenciosas que me encantaram. Gostei especialmente deste trecho em que a protagonista diz:

“É difícil manter o foco nos nossos próprios desejos quando somos levados pelas expectativas dos outros. Mas é nesse esforço que, aos poucos, a gente aprende a viver.” (p. 87)

No fim das contas, foi uma leitura gostosa e que funcionou bem para o momento em que eu só queria uma leitura tranquila, sem pressa, com personagens comuns vivendo pequenos dilemas do dia a dia.

✦✦✦✧✧
Que a força da Leitura esteja com você ・゚

– a pequena padaria do Brooklyn, Julie Caplin

A pequena padaria do Brooklyn é o segundo volume da série Destinos Românticos, publicada pela Editora Arqueiro, da autora Julie Caplin. O primeiro livro é O Pequeno Café de Copenhague, que eu adorei demais. Apesar da coleção ter uma pequena ligação, os livros podem ser lidos de forma independente.

Nesse segundo livro, acompanhamos a personagem Sophie Bennings que viajou para Copenhague com a protagonista do primeiro livro. Ela segue escrevendo sua coluna culinária em Londres e aguardando seu amor James lhe propor em casamento.

Após uma imensa desilusão amorosa, Sophie aceita sem refletir muito um emprego temporário em Nova Iorque. Lá se instala no apartamento em cima de uma pequena padaria no Brooklyn e faz amizade com Bella, a proprietária da padaria e do apartamento e com Todd, seu colega de trabalho e primo de Bella.

Sophie foca em seu trabalho e não quer saber de relacionamentos amorosos, mas como já é de se esperar no desenrolar da história o relacionamento dela e de Todd vai amadurecendo.

É uma história leve e delicinha de ler. Tem todos os clichês possíveis, mas para mim isso não é nenhum problema porque é isso mesmo que espero de um livro romântico! É bem como diz June French:

“É claro que tem que ter um felizes para sempre. Estou cansada dessa pergunta. É um romance! Esse é o acordo que a gente faz com os leitores. É a misoginia pura e simples. Você não vê ninguém falando para os leitores de mistério que eles são bobos e superficiais por quererem saber quem era o assassino no fim do livro. Vai se ferrar.”

– June French para a Cosmopolitan

✦✦✦✧✧

Que a força da Leitura esteja com você ・゚

– o último sorriso na cidade partida, Luke Arnold

Fetch Phillips é um detetive particular ou como ele se intitula: um faz tudo. Ele realiza diversos tipos de trabalho, desde procurar cachorros perdidos até ser guarda-costas, mas os negócios não vão bem A trama inicia com ele investigando o desaparecimento de um professor e é através disso que conhecemos mais sobre seu mundo e a cidade de Sunder City.

A cidade é muito importante e abriga diversos seres mágicos que perderam seus poderes em um evento conhecido como Coda, sim é isso mesmo, a mágica desapareceu por culpa dos seres humanos e agora elfos envelhecem, dragões não voam mais, magos não manipulam mais a magia.

A premissa do livro me fisgou assim que li a sinopse: uma fantasia urbana, investigação, mistério, seres mágicos e intrigas, tinha tudo para ser uma baita história mas ainda assim não curti tanto o livro. A história tinha bastante potencial, uma construção de mundo bem interessante mas não teve um desenvolvimento fluido e partes da história foram conectadas de forma bastante superficial.

Não simpatizei com o personagem principal, Fetch, apesar dele ser irônico e sarcástico como adoro, ele também é extremamente auto depreciativo e com falas machistas e misóginas, aí já viu, um pulo para eu não gostar do cara.

Uma coisa que curti no livro apesar de ele ter sido lançado como o primeiro de uma série é que ele é um arco fechado e a investigação inicial se encerra, porque sem dúvida não lerei os próximos livros da série.

Que a força da Leitura esteja com você ・゚✧