Acordo Fotográfico

Uma moça portuguesa sai pelas ruas abordando pessoas que estão lendo e lhes propõe um Acordo Fotográfico. O resultado é um blog encantador no qual ela compartilha imagens belíssimas e deliciosos textos em que fala brevemente do retratado, de seu relacionamento com a literatura e também do feliz encontro. Para acompanhar sempre. Aproveita e curte a página do projeto no Facebook.

Zumbis à solta!

Depois de me inscrever para o Zombie Challenge 2012 fui à caça de títulos para escolher minhas leituras, aproveitei e compilei uma lista para ajudar quem também vai participar. Fiz uma seleção bem ampla, que inclui todo e qualquer morto-vivo, mesmo aqueles que não estão atrás de cérebros como é o caso de Incidente em Antares do Érico Veríssimo, portanto aconselho que escolham depois de ler mais sobre o livro. A lista está aberta a contribuições, portanto quem conhece algum livro de zumbis que não esteja na lista, favor se pronunciar nos comentários 😉

Apocalipse Zumbi: os primeiros anos, Alexandre Callari

Areia nos dentes, Antonio Xerxenesky

Orgulho e Preconceito zumbis, Seth Grahame-Smith

Memórias Desmortas de Brás Cubas, Pedro Vieira

O Guia de Sobrevivência a Zumbis, Max Brooks

O Guia de Sobrevivência a Zumbis: Ataques Registrados, Max Brooks

Guerra Mundial Z, Max Brooks

A Floresta de Mãos e Dentes, Carrie Ryan

Sangue quente – Isaac Marion

Incidente em Antares, Érico Veríssimo

Celular, Stephen King

O cemitério, Stephen King

Louras Zumbis, Brian James

Apocalipse Z: O Princípio Do Fim, Manel Loureiro Doval

Apocalipse Z: Os dias escuros, Manel Loureiro Doval

Caçadores de Zumbis, John Kloepfer

Zumbis: O livro dos mortos, Jamie Russel

Rua do Berro: Carne do zumbi, Tommy Donbavand

Cidade dos mortos: eles não morrem, Joe Mckinney

A serpente e o arco-íris: zumbis, vodu, magia negra, Wade Davis

Zumbis: Quem disse que eles estão Mortos?, Ademir Pascale [Org.]

Morgan, o único, Douglas Eraldo

 

Caim

“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele”. (pg. 88)

José Saramago sempre foi um escritor polêmico, daquele tipo que mesmo quem nunca leu um livro, sabe do que se trata, algumas de suas obras chocam, são provocativas e acima de tudo questionadoras. Ao se apropriar da história de Caim, o primogênito de Adão e Eva e assassino do irmão Abel, ele a tingiu com tonalidades da fantásticas, onde até mesmo viagens no tempo são permitidas.

A narrativa tem início com o crime de Caim e sua condenação de vagar errante pelo mundo, nos levando através de inúmeras passagens do antigo testamento mostrando as interferências de Caim. O tom questionador e o humor irônico permeiam toda a narrativa com o propósito mais do que declarado de questionar as decisões de divinas. Uma das passagens mais divertidas se dá, sem dúvida, quando Abraão está prestes a sacrificar o filho Isaac e é impedido não por um anjo, mas sim, por Caim. O anjo chega logo depois, alegando que o atraso, se deu devido a uma falha mecânica na sua asa. Este trecho apesar do tom de comédia vem encharcado de questionamentos em relação à fé sem reflexão.

“Então o senhor é capaz de tudo, do bom, do mau e do pior, Assim é, Se tu tivesses desobedecido à ordem, que sucederia, perguntou isaac, O costume do senhor é mandar a ruína, ou uma doença, a quem lhe falhou, Então o senhor é rancoroso, Acho que sim, respondeu abraão em voz baixa, como se temesse ser ouvido, ao senhor nada é impossível, Nem um erro ou um crime, perguntou isaac, Os erros e os crimes sobretudo, Pai, não me entendo com esta religião.” (pg.82)

Saramago elegeu trechos bíblicos controversos justamente para provocar, para levar o leitor à reflexão diante dos atos divinos mais questionáveis, mais absurdos. E com ele não existem contemporazições, não existem meios-termos, todo seu ceticismo, seu declarado ateísmo pulsam neste livro, que escancara uma figura divina cruel e vingativa.

A leitura de Caim é fluída, ágil e instigante, até mesmo para os que não estão familiarizados com o peculiar uso da pontuação que Saramago faz em suas obras. O debate filosófico e o confronto ideológico entre Caim e Deus fazem com que o livro seja, como disse Pilar, esposa de Saramago, um livro que “não deixará indiferentes os leitores”.

Esta leitura faz parte do Desafio Literário 2012, cujo tema de Fevereiro é a leitura de livros cujos títulos sejam nomes próprios.

Aqui é possível ler as resenhas dos outros participantes.

Lumos

#lumosmaxima

1 – Ritmo de leitura – No blog do Meia Palavra, a Anica fala sobre o ritmo de leitura, texto imperdível.

2 – Virginia Woolf: A medida da vida – No blog Livros Abertos, a Camila fala sobre a biografia de Virginia Woolf, escrita por Herbert Marder.

3 – Casas da Leitura – No blog O Leitor comum, o Tuca fala sobre a experiência de ser frequentador da Casa da Leitura Dario Vellozo em Curitiba.

4 – Compras em lojas estrangeiras – No blog do Meia Palavra um ótimo artigo para quem quer comprar livros fora do Brasil.

5 – Que fazer? – No blog da Companhia da Letras, Luiz Schwarcz fala sobre sua paranóia excessiva preocupação em um texto delicioso.

#nox