O Library Bar fica em Los Angeles e já chama a atenção só pelo nome, mas o grande charme é mesmo a sua decoração que conquista qualquer bibliófilo, imagina que delícia tomar um drink num ambiente tão encantador.
Bibliotemplo
Livraria Lello e Irmão
O Bibliotemplo de hoje fica na cidade do Porto, em Portugal e é certamente uma das mais belas e magníficas livrarias que existem, apresento para vocês: Livraria Lello e Irmão.
Em estilo neogótico, um amplo arco abatido, cuja entrada se divide numa porta central, ladeada por duas montras que constituem os verdadeiros expositores públicos da Livraria. Sobre este arco, há uma janela tripla, fechada na platibanda e separada das pilastrasDos lados da janela, destacam-se duas figuras pintadas, da autoria de José Bielman, simbolizando uma a Arte e a outra a Ciência.
E se a fachada já é de uma beleza impressionante quando adentra-se o interior da livraria, o visitante sente-se envolvido por um ambiente acolhedor, onde pontificam os livros e uma decoração impressiva. Salão amplo, com uma galeria que dá acesso a uma escada ornamental, onde correm algumas mesas que servem para exposição dos livros. Bancos em madeira e revestidos a couro e estantes a toda a altura desta sala perfazem o espaço interior próprio de uma livraria atual, mas que guarda a memória do passado.
Nos pilares, à esquerda e à direita, distinguem-se os bustos de ilustres homens de letras: Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, Tomás Ribeiro, Teófilo Braga e Guerra Junqueiro. Obra do escultor e distinto artista Romão júnior, estão cobertos por baldaquinos, em estilo gótico. No centro da livraria, o famoso vitral com o ex-libris da família Lello e a sua divisa “Decus in Labore” (Dedicação no Trabalho).
Não sendo uma livraria especializada, a riqueza desta livraria está no magnífico espólio de livros antigos publicados pela casa Lello Editores, que precedeu a sua criação. Ela foi merecidamente considerada Patrimônio Nacional de Portugal.
Aqui tem um artigo que conta a história completa deste lindo Bibliotemplo.
Shakespeare and Company
Eu particularmente não conheço um aficionado por livros que não conheça a mais que famosa livraria Shakespeare & Company, em Paris, mas se tu não conheces vem que eu vou te apresentar, e se tu assim como eu já és apaixonado por ela, vem se encantar mais um pouco.
Fundado inicialmente por Sylvia Beach, em 1919, o estabelecimento tornou-se o centro da cultura literária de língua inglesa na capital da França, tendo visto passar por seus cômodos nomes de peso como James Joyce, Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald. A livraria acabou sendo fechada em 1941, durante a ocupação nazista.
Anos depois, o nome seria adotado por George Whitman para designar sua livraria. Whitman sempre disse pretender transformar o lugar em uma “utopia socialista disfarçada de livraria” – e, em certa medida, o fez, e o faz, até hoje. Qualquer um pode candidatar-se a ocupar uma das camas que dividem o espaço com pilhas de livros. Na década de 50, integrantes da geração beat, tais como William Burroughs e Allen Ginsberg, buscaram guarida nesse local.
Hoje a livraria é administrada por outra Sylvia, a filha de George que foi assim batizada em homenagem à Sylvia Beach. Ela promoveu uma revolução na loja, ao catalogar o acervo e sistematizá-lo, o que convenhamos foi um grande avanço para o negócio que não tinha nem mesmo telefone, mas assim como o pai, ainda abriga jovens escritores, mantendo aura poética que emana do nome “Shakespeare and Company”.
Procurando referências para escrever um pouco sobre este senhor Bibliotemplo, encontrei dois artigos, dignos de estarem no Lumos, e bem certamente aparecerão lá, e que valem mesmo uma visita para compreender e aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre a lendária livraria:
Procura-se uma Utopia – Revista Bravo!
Imagens por craigfinlay sob licença Creative Commons
estrelinhas coloridas…
Livraria Miragem
São Francisco de Paula, tem pouco mais de 20 mil habitantes e fica a 112km da capital gaúcha, mas lá nos Campos de Cima da Serra tem uma livraria digna de grandes metrópoles. Mas não é só uma livraria, é materialização do sonho de dona Luciana, uma simpática senhora, adoradora de literatura russa.
Miragem, é assim que se chama a livraria, e é isso mesmo que ela parece imponente na na avenida principal da cidade, não se resume à um comércio de livros, é um templo, um bibliotemplo onde a leitura é exaltada em cada prateleira, em cada namoradeira a disposição dos clientes.
Logo na entrada da livraria existe uma homenagem a Carlos Wortmann, primeiro professor da cidade, nomeado em 1903. Os móveis são feitos de madeira de demolição, antes desprezados nos fins de reformas. E o que era um simples lixo, dona Luciana transformou em arte. Integrando os 2 mil metros quadrados está a Casa de Chá, onde são servidos lanchinhos naturais, tudo feito com folhagens e frutas orgânicas.
As crianças que freqüentam o local são privilegiadas, para elas foi projetada uma sala cheia de livros e brinquedos um banheiro todo adaptado para os pequenos também foi pensado na hora da construção, o lugar é tão especial que agrada mesmo até os crescidos.
Nos fundos do pátio interno da livraria, uma réplica do primeiro banco da cidade funciona como um museu, que conta a história da cidade por meio de quadros e objetos.
Enfim, Miragem é muito mais que uma livraria, é um bibliotemplo , incrustado em uma cidadezinha do interior gaúcho, que já virou até mesmo atração turística.
Biblioteca Central de Vancouver, ou o início dos Bibliotemplos!
Foto de bulliver, no Flickr, sob licença Creative Commons
Tu sabes o que é um Bibliotemplo?! Não? É claro que não, eu cunhei este termo quando a minha querida scrapper friend Ana, do blog Colorida Vida me mostrou a Biblioteca Central de Vancouver (Vancouver Public Library). A Ana mora lá e vive falando em seus posts sobre a biblioteca e num texto sobre os as olimpíadas de inverno ela disse que almoçou na biblioteca, eu tive um síncope de curiosidade, como assim almoçou na biblioteca, pois então a Ana me apresentou a esta magnífica biblioteca. E dessa conversa toda me surgiu a idéia de fazer artigos aqui no bibliophile sobre estes lugares encantadores, que fazem à nós bibliófilos nos sentirmos em casa, que nos fazem brilhar os olhos e palpitar o coração.
A Ana me contou que a Biblioteca de Vancouver é na verdade um conjunto de várias bibliotecas, a Central e outras 15 menores espalhadas pela cidade. A central é majestosa, possui sete andares, um só dedicado a Literatura Infantil, com várias atividades. O acervo é de cerca de 1,3 milhões de itens, pois é esse número impressiona não?! E tem mais: o prédio foi desenhado por Moshe Safdie e possui um telhado ecológico de aproximadamente 1850m² que foi criado pela paisagista Cornelia Oberlander.
Bom com esta biblioteca magnífica vou inaugurar mais uma categoria aqui no blog, a dos bibliotemplos, sejam eles bibliotecas, livrarias, sebos ou até mesmo bancas.
No Flickr tem um grupo que reúne fotos da Biblioteca, passeando por lá podemos ter uma dimensão do que é a magnitude do lugar:
Fotos de daniela.bartosova, no Flickr, sob licença Creative Commons
Fotos de selva, no Flickr, sob licença Creative Commons
Ana querida obrigada pela inspiração e pelas informações.
estrelinhas coloridas…