Clark Gable, ator estadunidense.
Mês: setembro 2009
Livro: objeto sagrado. Ou não!
Confesso: eu rabisco livros, claro que não faço isso com livros alheios, só com os meus, mas sinceramente não entendo o endeusamento do objeto, esse que é feito de papel e tinta, o livro é muito mais do que papel e tinta, é entrega, é criatividade, é imaginação, é vida pulsando das páginas!
Esse questionamento surgiu de um debate lá no fórum Meia Palavra, não conheces? Vai lá conferir é tri bom! Uma das gurias que participa lá, contou que fica nervosa quando vê alguém riscar, marcar com a orelha, dobrar páginas de um livro e fiquei pensando bastante naquilo, e também me lembrei de um livro chamado Ex-Libris: Confissões de uma leitora comum, de Anne Fadiman, que tem um texto falando disso, e a autora traz uma idéia bastante interessante sobre este assunto: ela acredita que podemos amar os livros de maneira cortês ou carnal.
Para os amantes corteses o ser físico de um livro é sacrossanta sua forma é inseparável do conteúdo, seu dever como amante é a adoração platônica. Já para os amantes carnais as palavras de um livro são sagradas, mas o papel, a tinta, o tecido, o papelão, a cola, a linha e a tinta que as contém são um mero receptáculo e como tal não representa nenhum sacrilégio tratá-los de qualquer forma. A rispidez no uso não é sinal de desrespeito mas de intimidade.
Acredito que eu sou um meio termo entre o amante cortês e o amante carnal, pois apesar de me enquadrar totalmente na categoria de amante carnal, possuo alguns livros de valor afetivo e histórico muito relevantes aos quais dedico um amor intensamente cortês, mas fora estes pouquíssimos exemplares amo-os carnalmente, e tu que tipo de amante és?
estrelinhas coloridas…
p.s. a foto é do meu exemplar de Ex-Libris, devidamente sublinhado e manchado de chá, na pg. 47
FADIMAN, Anne. Ex-Libris: confissões de uma leitora comum = Ex-Libris: confessions of a common reader. Tradução Ricardo Quintana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
Os direitos do leitor
Esses dias comecei a ler um livrinho (L&PM pocket) de Daniel Pennac chamado Como um romance que discorre de maneira leve e despretenciosa sobre as chaves para o mundo da leitura. É um ensaio, mas pode ser lido como um romance.
É desse livro que trago os direitos do leitor:
1 – O direito de não ler.
2 – O direito de pular páginas.
3 – O direito de não terminar um livro.
4 – O direito de reler.
5 – O direito de ler qualquer coisa
6 – O direito de ao bovarismo.
7 – O direito de ler em qualquer lugar.
8 – O direito de ler uma frase aqui outra ali.
9 – O direito de ler em voz alta.
10 – O direito de calar.
estrelinhas coloridas…