O misterioso caso de Styles

O.Misterioso.Caso.de.Styles O misterioso caso de Styles (BestBolso, tradução de A.B. Pinheiro de Lemos, 2008, 235 páginas), de Agatha Christie é o primeiro romance da autora e foi publicado originalmente em 1917. A história é narrada por Hastings e se concentra no mistério que envolve a morte da Srª Inglethorp, dona da mansão de Styles. Aparentemente ela morreu de ataque cardíaco, no entanto outras evidências levam a crer que ela pode ter sido envenenada.

Na época da morte, Hercule Poirot está refugiado na aldeia próxima à mansão e como é amigo do Sr.º Hastings este sugere aos enteados da falecida que ele cuide do caso em segredo.

Poirot faz uso de métodos bastante peculiares para desvendar um mistério, mas é sempre certeiro. Todos na mansão tinham motivos para matar e todos os álibis se mostraram frágeis diante dos argumentos de Poirot. Instaura-se portanto um verdadeiro mistério, onde todos são suspeitos, há provas contra todos.

Poirot vai pouco a pouco montando um mapa, juntando peças, levantando suspeitas e na metade do livro temos plena convicção de que sabemos o culpado para logo em seguida termos nossa teoria posta à prova pelas geniais células cinzentas do detetive que subverte os motivos, e nos mostra uma novo ângulo da história e obviamente nos surpreende com uma teatral reviravolta nos últimos instantes.

Agatha Christie é sempre garantia de boa leitura, momentos gostosos em que mergulhamos em suspense e este livro não foge à regra.

Esta leitura foi a primeira do Projeto Agatha Christie capitaneado pela minha amiga Tatá.

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Os três livros que marcaram a minha vida

A minha amiga Tábata me passou dois memes em que eu tenho que listar os 3 livros que marcaram a minha vida. Eita que escolha difícil.

O tempo e o vento do Érico Veríssimo.

O senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien.

Cem anos de solidão, Gabriel García Márquez.

Eu teria que repassar para outras cinco pessoas, mas vou deixar quieto. Sinta-se à vontade para pegar a idéia 😀

Ah! E tem outro no qual eu devo listar oito características minhas:

1 – tímida;

2 – tolerante;

3 – racional;

4 – prática;

5 – organizada;

6 – orgulhosa;

7 – exigente;

8 – indecisa.

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O vinhedo, Bárbara Delinsky

vinhedo Faz dias que terminei minha primeira leitura para o Desafio Literário e confesso que demorei para escrever a resenha, assim como demorei para decidir o livro. Decididamente, este tipo de literatura, mais água com açúcar não é para mim 😉

E vamos a resenha:

O vinhedo (editora Bertrand Brasil, 2006, 434 páginas), de Bárbara Delinski nos leva para o Vinhedo de Aquonset junto com Olivia Jones, que foi contratada para escrever as memórias da dona do local, Natalie Seebring, cuja família considera uma mulher refinada e dedicada as rodas sociais mas que choca a todos quando seis meses após ficar viúva anuncia seu casamento com um empregado do vinhedo. Diante da indignação do filho e da filha, é que ela resolve escrever sua história, na esperança de que eles compreendam suas motivações.

Olívia vê sua ida para Aquonset como uma tábua de salvação, ela está prestes a ficar desempregada, sua filha sofre de discriminação por ser disléxica, tem um namorado de quem não gosta, sua mãe a abandonou quando ela tinha 17 anos e seu maior sonho é ter uma família.

A ida para Aquonset mostra a Olívia uma realidade e uma história bastante diferente da que ela havia idealizado através das fotos de Natalie que ela restaurou. Ela então precisa desconstruir este imaginário para se abrir para a história real.

Natalie é uma personagem forte, que soube usar as adversidades como propulsores para a luta diária da vida. As partes em que relata suas memórias para Olívia são sem dúvida uma parte muito interessante da trama, fazendo inclusive com que Olívia deixe de enxergar o passado com lentes cor de rosa.

O que incomoda na história é a previsibilidade dos acontecimentos, não há surpresas, os clichês percorrem os dois fios narrativos do livro, a história de Natalie e a história de Olívia.

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Os aparados, Letícia Wierzchowski

lw_os aparados Os aparados (Record, 2009, 236 páginas), de Letícia Wierzchowski é uma história que se passa em um futuro indefinido, onde as chuvas já alagaram grande parte das cidades e nos conta a história de Marcus e Débora, avô e neta. Diante do caos que tomou conta de Porto Alegre, Marcus decide levar Débora que está grávida de 7 meses para a casa que tem na região dos aparados da serra.

A indefinição temporal da história é desconcertante e detalhes como carros híbridos, movidos tanto à gasolina como à luz elétrica e acesso à internet no alto dos aparados deixam a obra com um ar de ficção científica, mas a trama está para além disso, pois Letícia volta sua escrita para as relações humanas, o que torna secundária as alegorias futurísticas dando muito mais dramaticidade as complexas relações entre o avô e a neta.

A relação entre Marcus e Débora é conturbada e distante, eles são a única família um do outro, mas são completos estranhos. A morte da mulher e da filha, da avó e da mãe deixaram marcas profundas nos dois, e os afastou ainda mais. Marcus vê a gravidez de Débora como o único laço a unir os dois, mas ela não pensa assim, e quer de qualquer maneira fugir do controle do avô.

A tensão é quase como uma personagem, está ali sempre presente, se fazendo sentir em cada entrelinha, o que torna a narrativa e a evolução do relacionamento dos dois ainda mais dramática.

É uma boa história, densa, bem construída, com pitadas de realismo fantástico, bem características de alguns escritos da autora, bastante peculiar e cheia de surpresas.

Ele sussurra algumas palavras, agradece essa visita, essa súbita união de espaços, esse vacilo da engrenagem da vida.

Como um presente, encontrou esta brecha na tecedura do Tempo.

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