Roverandom

roverandom Roverandom (Martins Fontes, tradução de Waldéa Barcellos, 2003, 127 páginas), de J.R.R. Tolkien narra a história de um cãozinho que foi enfeitiçado pelo mago Artaxerxes e virou um cão de brinquedo, e que por conta disso vive muitas aventuras. Depois do feitiço ele é dado de presente à um menino que o perde na praia. E ao conhecer outro feiticeiro é que começam as aventuras de Rover, pois Psamatos Psmatides, o feiticeiro da areia o envia para Lua e lá ele vive muitas aventuras junto de outro cão chamado Rover e passa a se chamar Roverandom, depois de muito tempo na lua, Rover retorna à praia e logo depois viaja para o fundo do mar para procurar o mago que o enfeitiçou para tentar voltar a ser de verdade. Lá ele vive mais aventuras até poder retornar à sua antiga dona e ter uma surpresa.

Tolkien escreveu esta história em 1925 para consolar seu filho, Michael que durante as férias na praia perdeu seu cãozinho de brinquedo e hoje 85 anos depois ela ainda encanta. É uma leitura leve mas primorosa, bem característica de Tolkien, com ótimas e ricas descrições, seres mágicos e muita aventura.

Esta leitura faz parte do desafio literário, cujo tema de fevereiro é um livro que nos remeta aos contos de fada. Veja outras resenhas aqui.

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José Mindlin

jose-mindlin Hoje pela primeira vez na vida chorei pela morte de alguém que eu nem conheci pessoalmente. Eu tenho uma admiração profunda pelo José Mindlin e saber de sua morte foi um baque pra mim. Este homem que fez tanto pela cultura deste país, que tinha tanto amor pelos livros que o transmitia como se fosse uma doença contagiosa era pra mim  o que muitos chamam de ídolo, não gosto deste termo, mas se tivesse que dá-lo a alguém sem sombra de dúvida seria ao Mindlin. Um dos poucos titulares contemporâneos que merece a cadeira que ocupa na Academia Brasileira de Letras.

No Mundo Livro tem um artigo lindo da Larissa Roso.

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Biblioteca Central de Vancouver, ou o início dos Bibliotemplos!

Vancouver Public Library

Foto de bulliver, no Flickr, sob licença Creative Commons

Tu sabes o que é um Bibliotemplo?! Não? É claro que não, eu cunhei este termo quando a minha querida scrapper friend Ana, do blog Colorida Vida me mostrou a Biblioteca Central de Vancouver (Vancouver Public Library). A Ana mora lá e vive falando em seus posts sobre a biblioteca e num texto sobre os as olimpíadas de inverno ela disse que almoçou na biblioteca, eu tive um síncope de curiosidade, como assim almoçou na biblioteca, pois então a Ana me apresentou a esta magnífica biblioteca. E dessa conversa toda me surgiu a idéia de fazer artigos aqui no bibliophile sobre estes lugares encantadores, que fazem à nós bibliófilos nos sentirmos em casa, que nos fazem brilhar os olhos e palpitar o coração.

A Ana me contou que a Biblioteca de Vancouver é na verdade um conjunto de várias bibliotecas, a Central e outras 15 menores espalhadas pela cidade. A central é majestosa, possui sete andares, um só dedicado a Literatura Infantil, com várias atividades. O acervo é de cerca de 1,3 milhões de itens, pois é esse número impressiona não?! E tem mais: o prédio foi desenhado por Moshe Safdie e possui um telhado ecológico de aproximadamente 1850m² que foi criado pela paisagista Cornelia Oberlander.

Bom com esta biblioteca magnífica vou inaugurar mais uma categoria aqui no blog, a dos bibliotemplos, sejam eles bibliotecas, livrarias, sebos ou até mesmo bancas.

No Flickr tem um grupo que reúne fotos da Biblioteca, passeando por lá podemos ter uma dimensão do que é a magnitude do lugar:

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Fotos de daniela.bartosova, no Flickr, sob licença Creative Commons

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Fotos de selva, no Flickr, sob licença Creative Commons

Ana querida obrigada pela inspiração e pelas informações.

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O inimigo secreto, Agatha Christie

o-inimigo-secreto O inimigo secreto (BestBolso, tradução de A.B. Pinheiro de Lemos, 2009, 319 páginas), de Agatha Christie nos apresenta a primeira aventura do casal Tommy e Tuppence. Os dois são amigos de infância e durante uma conversa decidem fundar uma empresa de investigação, a Jovens Aventureiros Ltda.

O primeiro trabalho deles surge de forma bastante peculiar, Tuppence é abordada por um senhor, chamado Whittington que ouviu a conversa entre o casal quando eles decidiram fundar a agência. No encontro marcado ela se apresenta como Jane Finn, pois fica receosa de dizer sua verdadeira identidade para este excêntrico senhor. Assim que ela pronuncia o nome ele fica transtornado, e depois de fazer muitas perguntas à jovem decide lhe dar uma soma em dinheiro e pede que ela volte na manhã seguinte, mas na manhã seguinte ele já havia sumido.

Após este estranho acontecimento Tuppence e Tommy ficam muito curiosos a respeito de Jane Finn e querem a qualquer custo descobrir o que há por trás deste misterioso nome, decidem então colocar um anúncio no jornal ao qual respondem dois senhores, o primeiro deles Sr.º Carter que diz trabalhar para o governo inglês e quer contratar os serviços da Jovens Aventureiros Ltda, e Julius Hersheimer que se diz primo de Jane Finn.

O único dado efetivo que eles tem sobre a moça desaparecida é que ela embarcou em um navio rumo à Europa e depois disso sumiu, possivelmente portando documentos secretos que poderiam comprometer o governo inglês.

Enveredados em uma trama cada vez mais intrincada o jovem casal descobre que não são os únicos que querem saber o que aconteceu com Jane Finn, que em seu encalço também está um homem misterioso que é conhecido apenas por Sr.º Brown.

Uma trama ágil e recheada de suspense que nos surpreende até a última linha não só pela maestria com que Agatha Christie conduz a história mas também pelo humor presente em cada página.

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p.s. Ontem alguém sentiu falta da estante de quinta? Pois é,  uma otite absurda me tirou de circulação, e no pouco tempo que entrei na net ontem me esqueci mesmo. Semana que vem prometo caprichar na escola! 😀

Editora Landmark processa a tradutora Denise Bottmann, do Não Gosto de Plágio

A tradutora e blogueira Denise Bottmann, do blog Não Gosto de Plágio, precisa de nosso apoio. Ela é a responsável por um trabalho incansável de trazer à tona casos de plágio de traduções, e agora está sendo processada pela editora Landmark, que pede ao juiz indenização, por danos morais mais a retirada de seu blog do ar.

A Denise denunciou que as traduções de “Persuasão” de Jane Austen, e “O morro dos ventos uivantes” de Emily Brönte, publicados pela referida editora em 2007 eram respectivamente plágios das traduções de Isabel Sequeira, publicada pela europa-américa em 1996 e de Vera Pedroso (publicada pela bruguera em 1971, reeditada pela art em 1985, para o círculo do livro).

A ação também cita a blogueira Raquel Salaberry, do Jane Austen em Português, o Google e um provedor. O processo corre na 4ª Vara Cível do Fórum Regional de Santana, e o número do processo é 001.09.135047-7 (link).

O Sérgio Rodrigues, do blog Todo Prosa e o Alessandro Martins, do Livros e Afins também já divulgaram esse absurdo e se tu também não gostas de plágio, ajude a espalhar a notícia.

 

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UPADATE:

A Raquel postou uma nota de esclarecimento aqui.

Também falaram sobre o caso:

Livros e afins, Editora Landmark processa blogueira Denise Bottmann

Todo Prosa, Editora processa blogueira: pode plagiar esta notícia

Flanela paulistana, Editora Sambarilove & Cia.

Bibliophile, Editora Landmark processa a tradutora Denise Bottmann, do Não Gosto de Plágio

Prosa online, Editora acusada de plágio processa tradutora

O livreiro, Quem gosta de plágio?

Filisteu, Quando crescer quero ser igual à Denise Bottmann

Por quem os sinos dobram, Clipping: Editora processa blogueira

L&PM, Autora do blog Não Gosto de Plágio é processada

Tradutor Profissional, Edição extra

De gustibus non est disputandum, Eu também não gosto de plágio…e muito menos de covardia

Forense contemporâneo, Anotação #12-2010

Enredos e tramas, Derek Walcott: sobre traduções e plágio

Hellfire Club, Efeito Streisand

Substantivo plural, Editora processa blogueira

Vísceras literárias, Blogueira é processada pela editora Landmark

Mundo livro, Tradução e reação (9)

Buzzvolume, Editora processa blogueira

Ubervu, Editora processa blogueira

Casa da Ceinwyn, Editora Landmark processa a tradutora Denise Bottmann, do Não Gosto de Plágio

Meia Palavra, Blogueira é processada por editora

Caminhos Cruzados, Érico Verissimo

Caminhos Cruzados (Globo, 299 páginas), de Érico Veríssimo é uma obra que sempre surpreende. A história não tem personagens centrais, não tem heróis nem mocinhas. É uma teia de histórias que se entrelaçam de uma maneira tão real, tão possível que até assusta.

Fica ao gosto de leitor decidir qual história é central, se é a de Fernanda ou Chinita quem sabe, ou mesmo a de Janjoca, ou talvez de Cacilda? Certo apenas é que nos enveredamos por dramas reais e imaginários, vidas sofridas e vidas felizes.

Cada personagem se apresenta de maneira única, cada um deles é um universo dentro da tecitura criada pelo autor, mas todos eles se encontram interligados por estes caminhos cruzados.

As personagens são uma perfeita caricatura da sociedade Porto Alegrense ainda na época dos casarões do Moinhos de Vento, é fácil nos ansiarmos diante da demagogia hipócrita de Leitão Leiria e sua fervorosa esposa dona Dodô, sempre posando de bons cristãos, mas apenas dois espíritos ???? revestidos pelo simulacro da caridade e da benevolência. Ou então nos compadecermos da situação de João Benévolo, amante dos livros, desempregado, sem perspectivas e com mulher e filho.

Quem sabe a identificação venha com Fernanda, guria boa, pobre, que trabalha de sol a sol, cuida da mãe, do irmão e sonha com Noel, este moço que vive no mundo da fantasia, recebendo mesada do pai, ignorado pela mãe.

A miríade de personagens torna fácil se perder no meio de tantas nuances, de tão diversas personalidades e é isto que dá graça e corpo a esta história que não é só uma, mas múltiplas histórias de caminhos cruzados.

A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isto alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance. (Professor Clarimundo)

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